quarta-feira, 18 de novembro de 2009

‘Porcadeiros’ traz história de anônimos que fundaram cidades no Paraná


O deputado estadual, Péricles Mello, ao lado do presidente da Associação Germânica, Carlos Fontes Neto. Evento foi bastante prestigiado. Abaixo, a representante da Academia Pontagrossense de Letras, Luisa Cristina Santos Fontes ao lado da vereadora Ana Maria.














No final de semana, a vereadora Ana Maria Holleben participou do lançamento do livro Porcadeiros, de Arnoldo Monteiro Bach. O evento foi realizado no Sítio Minguinho, em Palmeira. O novo lançamento do autor resgata a formação do povo paranaense embasado no cotidiano de homens e mulheres anônimos dos Campos Gerais.
É famoso o tropeirismo de gado; poucos sabem do tropeirismo de porcos. Porcadeiro (485 páginas, edição do autor) é exemplo acabado da sensibilidade de Arnoldo. O livro relata as travessias dos condutores de porcos pelos campos do Paraná. Em viagens que duravam meses, marcadas pela paciência e determinação das comitivas, as tropeadas reuniam milhares de porcos ao longo dos difíceis caminhos: “Em pontos estratégicos, comerciantes instalavam-se para receber os porcadeiros e os animais. Em grandes mangueiras, pelas quais cobravam aluguel, recolhiam os porcos e ainda vendiam a comida para alimentá-los durante a permanência no local. Em dias de muito calor, as viagens eram interrompidas, para evitar o desgaste dos animais muito gordos. Quando um animal se machucava, era sacrificado, sua carne transformada em charque e usada na alimentação da comitiva. O barulho da porcada e a cantoria dos chamadores (os que caminhavam à frente, chamando os animais com grãos de milho) quebravam o silêncio dos lugares distantes e isolados”.
Da criação de porcos em regiões das matas, distantes dos grandes centros, originou-se o tropeirismo de porcos. Cidades nasceram e se desenvolveram com os porcadeiros. Pato Branco é o exemplo mais notável, onde homens de espírito aventureiro foram buscar vida melhor num pedaço do sertão.
Quatro livros de Bach retratam o ontem do Brasil meridional: ‘Trens’, ‘Vapores’, ‘Carroções’ e ‘Alemães do Volga no Pugas’. Essas e outras obras trazem, além de subsídios para a história, capítulos da heroica colonização do Paraná e, talvez, o mais importante, o registro da memória de vida dos desbravadores. Gente humilde, que perseguiu selva adentro a fortuna ou a falência, com sangue, suor, lágrimas e muita alegria de viver



Um comentário:

Unknown disse...

Puxa, que ótimo! Repassarei esta matéria para os escritores. Parabéns pelo blog e pelo twitter.