segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Campos Gerais presente na Marcha das Margaridas

Um grupo de aproximadamente 40 mulheres de Ponta Grossa, Castro e Guarapuava seguiu hoje rumo à Brasília para participar da quarta edição da Marcha das Margaridas, evento que lembra o assassinato de Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e que tem o dia 12 de agosto (data em que ela foi morta em 1983) como marco da luta contra a violência no Campo.
A chegada do grupo a Brasília deve acontecer por volta das 9 horas de amanhã (16 de agosto), onde vai participar de palestras e oficinas, culminando com a marcha que acontece na quarta-feira.
A caravana foi organizada pela vereadora Ana Maria de Holleben que destacou a mobilização das mulheres dos Campos Gerais pela igualdade entre os gêneros e pelo fim da violência sexista. “Estamos nos organizando na região para mostrar a força das mulheres e o nosso valor. A Marcha das Margaridas é um momento para refletirmos sobre a nossa situação no país e reivindicar melhores condições para as mulheres de todo o Brasil”, disse.
Essa disposição também se faz presente no discurso de várias mulheres que participam da caravana rumo à marcha, como Jovenita de Jesus Silva, 58 anos, e moradora do Loteamento Ouro Verde, em Ponta Grossa. “Ir à marcha é uma ajuda que damos a nós mesmas. Precisamos sempre lutar por mais liberdade e contra a violência contra a mulher”, diz.
Silvana Ribeiro, de 28 anos, considera que a marcha é um momento para tentar sensibilizar a população sobre os problemas pelos quais passam as mulheres. “A marcha vai chamar a atenção de todos sobre as nossas reivindicações e sobre a importância das donas de casa, que trabalham muito, mas não têm seus direitos reconhecidos”, avalia Silvana.
A cidade vizinha de Castro também enviou um grupo de quatro mulheres para participar do evento. Uma delas, Verônica Kava, 46 anos, diz que o principal problema reside nas famílias mais empobrecidas. “As mulheres mais simples são as que mais sofrem, principalmente com a exploração do seu trabalho e também a exploração sexual. É preciso acabar com isso. Temos esperança que agora, com a presidenta Dilma no poder, consigamos mais vitórias, porque ela também sente na própria pele os nossos problemas”, diz.

Quem foi Margarida Alves
Margarida Maria Alves morreu aos 50 anos. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, estava diante de sua casa no final da tarde de 12 de agosto de 1983 quando um pistoleiro em um Opala vermelho disparou um tiro de escopeta que atingiu seu rosto. O crime teve repercussão internacional, mas, como tantos outros, ficou impune. É para lembrar da ativista e da morosidade da Justiça para apurar os responsáveis por sua morte que foi criada a Marcha das Margaridas, este ano na quarta edição. A expectativa é de que 100 mil pessoas participem da manifestação. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), responsável pela marcha, será a maior mobilização de mulheres na América Latina neste ano. 

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