segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Rumo à Marcha das Margaridas

Um grupo de mulheres, coordenado pela vereadora Ana Maria de Holleben, está se preparando para ir a Brasília no próximo dia 15 com a finalidade de participar da Marcha das Margaridas, uma ação estratégica das mulheres do campo, da floresta e agora também da cidade, para conquistar visibilidade, reconhecimento social e político, além de cidadania plena.
Na última quinta-feira (4), o grupo se reuniu na Câmara de Vereadores para acertar os últimos detalhes. A caravana deve partir às 12 horas do próximo dia 15 de agosto, levando 28 mulheres de Ponta Grossa e nove representantes da cidade de Guarapuava.  A chegada em Brasília está prevista para as 9 horas do dia 16 de agosto, após o grupo percorrer cerca de 1,3 mil quilômetros.  
“É a segunda vez que as mulheres de Ponta Grossa participam da Marcha. A presidenta Dilma Roussef  já confirmou que vai receber as mulheres e, além dela, vamos visitar deputadas e senadoras de todos os partidos”, relata a vereadora Ana Maria, que na próxima quarta-feira, dia 10, vai fazer um pronunciamento na Tribuna da Câmara para falar sobre as reivindicações da marcha. O fim da violência contra a mulher, a luta por uma educação não sexista e a garantia de trabalho e renda dignos são alguns dos temas.

Programação
A programação oficial da Marcha das Margarida inicia nesta quinta-feira (11 de agosto) com sessão solene de lançamento do evento, às 10 horas, no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal, uma iniciativa da deputada distrital Rejane Pitanga (PT-DF).
Dia 16, acontece a inauguração da Mostra Nacional da Produção das Margaridas, às 9 horas, no Pavilhão de Exposição na Cidade das Margaridas. Durante todo o dia haverá painéis de debates sobre vários assuntos pertinentes à Marcha.
Finalmente, no dia 17, as mulheres saem em marcha, a partir da Cidade das Margaridas, às 7 horas, rumo à Esplanada dos Ministérios. Às 10 horas está programado um ato em frente ao Congresso Nacional. À tarde, às 15 horas, a presidenta Dilma recebe as reivindicações da Marcha das Margaridas.

A história da Marcha
A maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil tem esse nome como uma forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves. Ela é um grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.

As conquistas
Desde que iniciou, no ano 2000, a mobilização das mulheres através da Marcha das Margaridas já conseguiu garantir o direito à documentação, acesso a terra, apoio às mulheres assentadas e políticas de apoio a produção na agricultura familiar; a revisão dos critérios de seleção de famílias cadastradas para facilitar o acesso das mulheres a terra; formação do Grupo de Trabalho (GT) sobre Gênero e Crédito e a Criação do Pronaf Mulher; criação do crédito instalação para mulheres assentadas; manutenção da aposentadoria das mulheres aos 55 anos;  implementação do Projeto de Formação de Multiplicadoras(es) em Gênero, Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos em convênio com o Ministério da Saúde; elaboração e inserção de diretrizes na Política Nacional de  Enfrentamento à Violência contra as mulheres voltadas para o atendimento das mulheres rurais. Em 2011, as margaridas marcham por desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.

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